Suárez, fixando no solo uma das placas do gramado que se soltavam constantemente
Suárez, fixando no solo uma das placas do gramado do José Zorrilla que se soltavam constantemente / Andrea Comas – AP/AE

Na semana passada, os jogadores da Liga Espanhola mostraram a sua indignação com a decisão tomada pela Liga de Futebol Profissional (LFP) de disputar jogos oficiais da LaLiga nos Estados Unidos. E no último fim de semana, um novo episódio proporcionou mais um capítulo do conflito entre atletas e a entidade que controla o futebol espanhol.

Porém, dessa vez o conflito está relacionado com a imagem penosa deixada pelo gramado do Estádio Nuevo José Zorrilla – do Valladolid – no duelo entre os donos da casa e o FC Barcelona. Um vexame mundial para uma liga que se encontra no meio de um processo de expansão internacional, mas que deu a impressão de não poder nem oferecer um gramado em condições para os seus jogadores.

No final, o Barça venceu por 1 a 0 um duelo que não deveria nem ter sido disputado. “Temos que comemorar o fato de ninguém ter saído contundido mais do que os três pontos”, afirmou o lateral azul-grená, Jordi Alba, ao término da partida. “É deplorável, uma vergonha”, acrescentou o zagueiro Gerard Piqué.

As queixas do Barça tiveram efeito imediato. Após a partida, o presidente da LFP, Javier Tebas, reconheceu através da sua conta no Twitter que “o gramado não tinha condições de jogo” e que “será aberto um processo disciplinar para detectar os responsáveis”. Ao que tudo indica, haverá punição para o Valladolid.

Entretanto, o mais curioso de tudo é que o árbitro da partida – De Burgos Bengoetxea – não relatou absolutamente nada na súmula. Isso que aos três minutos de jogo o gramado já parecia a pista de corrida de um hipódromo e em muitos lugares dava a impressão de ser um palco mais propício ao futebol de praia.

O Valladolid assume a culpa

O presidente do Valladolid, Carlos Suárez, assumiu a responsabilidade pelo péssimo estado do gramado do Estádio Nuevo José Zorrilla e se desculpou com os atletas por ter colocado a saúde deles em risco. “A responsabilidade pelo gramado é nossa, será justo se recebemos alguma multa e entendo as queixas do Barça”, declarou.

“Pensávamos que a grama estaria melhor e que, caso houvesse algum problema, não seria tão grave. Fizemos tudo muito tarde, mas acreditávamos que tudo estava bem porque estava dentro do cronograma da construtora”, completou, tentando culpar a empresa responsável pela instalação do gramado, que desmentiu essa versão.

Segundo ‘incidente’ grave

O campo do Valladolid não foi o primeiro estádio a ter um problema sério nesse início da Liga Espanhola 2018/19. O estádio de Vallecas – do Rayo Vallecano, em obras há um mês – também proporcionou um fato dramático na rodada inaugural. Um garoto caiu em um buraco usado para guardar azulejos e escombros da obra.  Por sorte, tudo não passou de um susto.

Além disso, a sujeira encontrada no estádio gerou muitas queixas dos torcedores. Curiosamente, nesse caso a LaLiga não de início a nenhum processo disciplinar. Mas deveria. Desse modo, aos poucos conseguiria evitar novos vexames internacionais.

Ficou claro que a qualidade técnica dos jogadores e a força dos clubes espanhóis são o que dão à Liga Espanhola o estatus de melhor do mundo. Porque em outros aspectos, como segurança, organização e arbitragem, estaria certamente entre as piores.