Torcedores do Barça mostraram as bandeiras da Catalunha aos gritos de ´Independência´, no clássico do último domingo, no estádio Camp Nou, em Barcelona. Foto: EFE / Alberto Estévez

Na arquibancada do estádio Camp Nou em Barcelona há um slogan que diz: ´Mais que um clube´. A frase não é por acaso. O FC Barcelona ao longo da sua trajetória sempre foi reconhecido pelo seu papel fora do âmbito esportivo, com um histórico sem comparações na luta contra os problemas do mundo. Mas onde mais se destaca é como o grande representante do povo catalão, principalmente durante os anos difíceis da ditadura franquista.

Numa época em que apenas ostentar uma bandeira catalã podia ser punido com a morte, os catalães sempre se apoiaram no Barça na hora de extravasar o sofrimento causado por toda a repressão que vinha da capital espanhola. Num momento em que o sentimento independentista ressurgiu com força total na Catalunha, o povo voltou a receber o apoio do Barça.

O clube preparou um mosaico com 98 mil cartolinas para receber o Real Madri no clássico do último domingo. Nele, o nome do clube entre as cores amarela e azul da Senyera (bandeira da Catalunha). E como já estava preparado no roteiro, aos 17 minutos e 14 segundos do primeiro tempo o torcedores começaram a gritar a favor da ´Independência´.

O minuto e os segundos escolhidos também tinham o seu significado. O ano de 1714 é a data em que a Catalunha perdeu a sua soberania. Uma nação com idioma e cultura própria que se viu obrigada a formar parte de um país ao que nunca quis pertencer (Veja o video com os gritos da torcida do Barça a favor da Independência da Catalunha).

Um desejo separatista que voltou com força total nesses tempos de crise sem fim na Espanha, causado principalmente pela péssima gestão dos políticos espanhóis. E uma vez mais, o Barça representou a vontade da sua gente. Doa a quem doer.