A ´Celeste Olímpica´voltou a mostrar sua força e se coroou no último domingo como o maior vencedor das Américas. Foto: Eduardo Di Baia AP/AE

O atacante Ghiggia sequer podia imaginar que aquele gol da vitória sobre o Brasil na final da Copa do Mundo de 1950 – o famoso ´Maracanazo´ – ia tornar eterna a lenda da Celeste Olímpica. A camisa azul, os dois títulos nas olimpíadas de 1924 e 28 e o da Copa de 30 (a primeira de todas) deram origem ao nome que representa a essência do futebol uruguaio.

Um estilo que marcou época não só pela qualidade dos seus jogadores, mas principalmente pela garra que demonstravam quando defendiam o seu país. Era muito mais que uma simples maneira de entender o futebol, era um estado de espírito. Um período de hegemonia que poucas equipes no mundo conseguiram ao longo da história.

A Copa América 2011 conquistada pelo Uruguai no último domingo trouxe de volta o espírito dessa seleção, 16 anos depois do seu último triunfo. O jogo contra a Argentina pelas quartas-de-final deu a sensação de estar vendo um futebol de outros tempos, quando alma e chuteira se fundiam em função do orgulho de vestir a camisa da sua pátria.

Depois vieram as vitórias sobre o Peru nas semifinais e sobre o Paraguai, na decisão. Com isso, o 15º título da competição de seleções mais antiga do mundo e o ´status´ de ser o maior vencedor das Américas. Um time que conhece à perfeição seus defeitos, qualidades e que sabe tirar o máximo proveito do elenco que possui. A Seleção Uruguaia provou que estar entre os quatro primeiros na última Copa do Mundo, da África do Sul, não foi por acaso.

O atacante Luís Suárez foi eleito o melhor jogador da Copa América 2011. Foto: Heuler Andrey/AE

Foi o 20º título reconhecido pela FIFA conquistado pelo Uruguai, algo que lhe converte na seleção mais vitoriosa da história do futebol mundial. Um feito esportivo incrível ao ter em conta que se trata de um país com aproximadamente três milhões de habitantes.

A geração de Forlán, Luís Suárez, Pereira, Muslera, entre outros, foram recebidos como heróis nesta semana em Montevidéu. Mais de 60 mil pessoas, incluindo o presidente uruguaio José Mujica lotaram o estádio Centenário para ver os novos campeões.

Ghiggia (hoje com 84 anos), o único que sigue vivo daquela equipe campeã do mundo em 1950 está orgulhoso da equipe comandada por Óscar Tabárez. E tem a certeza que seus antigos companheiros, onde quer que estejam, também estão (Veja a festa dos jogadores uruguaios no gramado do estádio Monumental de Núñez, em Buenos Aires).