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O momento do esperado encontro entre Ricardo Darín e Leo Messi. FOTO: Lucas Duarte

Revirando alguns arquivos antigos das coberturas esportivas que realizei no FC Barcelona, encontrei uma raridade que só lembrei que existia graças a uma conversa informal no Facebook um dia desses. Uma foto do dia que o fenômeno argentino Leo Messi encontrou o seu não menos genial compatriota, o ator Ricardo Darín.

Era o mês de outubro de 2005, não me lembro exatamente o dia. Estava na zona mista do estádio Camp Nou esperando os jogadores saírem para as entrevistas quando vejo um pessoa que parecia o ´clone’ do Ricardo Darín. Por coincidência, poucos meses antes, tinha ficado impressionado com o excelente e altamente recomendável filme argentino ‘Nueve Reinas’ (Nove Rainhas), no qual Darín é o grande protagonista. Um clássico.

Não aguentei. Cheguei na pessoa e perguntei, incrédulo: – Desculpa, você é o Ricardo Darín mesmo ou alguém extremamente parecido com ele?

Ele respondeu, com humor: – Que eu saiba, sim. Ou ao menos é o que me disseram.

Aproveitando a oportunidade, indaguei: – E o que você está fazendo aqui na zona mista ao lado dos jornalistas no lugar de estar sendo entrevistado por eles?

Ele, humildemente respondeu: – Vim ver o jogo do Barça. Agora quero conhecer Messi e ver se consigo uma camisa dele.

Só depois me dei conta do surreal que parecia aquilo tudo. Um bate-papo descontraído com uma estrela internacional de cinema que só queria uma camisa do seu ídolo de futebol e que tinha se infiltrado entre os jornalistas presentes para cumprir a sua ‘missão’. Em pouco tempo, todos se deram conta de quem estava ali e a tranquilidade acabou. A notícia chegou rapidamente aos ouvidos de Leo Messi no vestiário culé, que não demorou para atender o fã ilustre. Quando Messi chegou ficou claro que, na verdade, era ele o verdadeiro fã naquele momento.

A comédia ‘Art’

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Darín, feliz da vida com a camisa que ganhou de presente de Leo Messi. FOTO: Lucas Duarte

Ricardo Darín estava em Barcelona para uma temporada de outono da comédia teatral intitulada ‘Art’, que já tinha sido um sucesso na Espanha dois anos antes com ele e seus compatriotas Germán Palacios e José Luis Mazza. A peça também esteve em cartaz – com absoluto sucesso – durante seis anos na Argentina. Na época, ele aproveitava também para gravar um novo filme na Catalunha, chamado ‘La Educación de las Hadas’ (A educação das Fadas).

Graças ao contato no Camp Nou, consegui uma entrevista com Darín para o grupo editorial espanhol que eu trabalhava na época e tive o privilégio de conhecer o caráter brincalhão e humano do ator. Além disso, ganhei dois convites para assistir a peça no Teatro Tívoli, em Barcelona, da qual me lembro ter dado gargalhadas descomunais, como todo o público presente.

Daquele dia no Camp Nou, Darín conseguiu a camisa sonhada. Messi, uma foto com o ídolo e eu, uma experiência surpreendente e inesquecível. E mexendo nos mesmos arquivos antigos, encontrei outra foto de um grande encontro. A do dia que o agente secreto 007 Sean Connery esteve cara a cara com o mago Ronaldinho Gaúcho. Mas essa é uma outra história…