Na foto acima alguns dos acusados de corrupção no futebol espanhol detidos nesta terça-feira
Entre os da foto acima, quatro jogadores acusados de corrupção no futebol espanhol detidos nesta terça-feira: Raúl Bravo, Íñigo López, Borja Fernández e Carlos Aranda / Foto: Reprodução www.marca.com

Um total de dez pessoas foram presas até o momento nesta terça-feira (28/05) em diversas cidades da Espanha acusadas de pertencer a uma organização criminosa dedicada a manipular partidas para obter vantagens financeiras em apostas esportivas.

Segundo a polícia, as pessoas detidas na chamada ‘Operação Oikos’ era responsáveis por chegar a um acordo com jogadores para a manipulação de resultados. Foram detectadas irregularidades em jogos da Primeira, Segunda e Terceira Divisão do futebol espanhol.

A denúncia foi feita pela ‘LaLiga’ em maio de 2018 e o duelo que originou a investigação foi o Huesca x Nástic, válido pela 41ª rodada da Segunda Divisão 2017/18. Outra partida que está sob investigação é o Valladolid x Valencia da última edição da Liga Espanhola.

Estranhas apostas, incluindo a de um jogador do Valladolid, fizeram soar o alerta entre as autoridades. O ex-capitão da equipe, Borja Fernández (que se aposentou ao término do último Campeonato Espanhol), está entre as pessoas detidas.

O Valladolid já emitiu um comunicado expressando o seu repúdio seu total apoio às investigações. Por outro lado, fontes próximas da polícia garantiram que o Valencia não está sob suspeita.

Manipulação em várias fases

Segundo fontes policiais, o processo de manipulação tinha várias fases. Na primeira delas, selecionavam os jogos. De preferência, do início ou término da competição.

As apostas combinadas eram mistas. Ou seja, além do resultado final também eram manipulados o placar do primeiro tempo e outros quesitos do jogo – cartões, faltas, escanteios, etc. Desse modo, conseguiam ganhar mais.

Depois disso, buscavam se aproximar de algum integrante do elenco da equipe (especialmente o capitão) para ver se eram ‘subornáveis’. Quando tudo estava combinado, o pagamento era feito em dinheiro e em duas parcelas. Uma antes e a outra depois do jogo.

Raúl Bravo, suposto líder

Entre as pessoas presas nesta terça-feira está Raúl Bravo, ex-jogador do Real Madrid e da Seleção Espanhola. Ele é apontado como o suposto líder da organização criminosa.

O presidente e o chefe dos serviços médicos do Huesca, Agustín Lasaosa e Juan Carlos Galindo Lanuza – respectivamente – também estão entre os detidos.

Todos são acusados de formação de quadrilha, corrupção entre particulares e lavagem de dinheiro. Um capítulo negro na história do futebol espanhol, que até a conclusão do caso deixará em evidência a credibilidade da competição.