Sergio Agüero e Gabriel Jesus , durante um duelo da Premier League 2019/20
Sergio Agüero e Gabriel Jesus, do Manchester City, durante um duelo na Premier League 2019/20 / Rui Vieira – AP/AE

A punição da UEFA ao Manchester City foi a grande bomba informativa do futebol europeu no último fim de semana. O clube inglês foi excluído das competições europeias pelas próximas duas temporadas – 2020/21 e 2021/22 – e uma multa de 30 milhões de euros.

O motivo alegado foi que o Manchester City não cumpriu o ‘Fair Play’ financeiro entre os anos de 2012 e 2016.

A UEFA considerou que o clube inglês falsificou os benefícios recebidos dos seus patrocinadores com o objetivo de aumentar artificialmente sua receita e, consequentemente, poder investir mais dinheiro na compra de jogadores.

O Manchester City já afirmou que irá recorrer da decisão no Tribunal de Arbitragem Esportivo (com a sigla TAS, em inglês). “Em poucas palavras, foi um caso iniciado pela UEFA, impulsado e instruído pela UEFA e julgado pela UEFA”, disse o City em um comunicado.

E completou: “Finalizado este procedimento prejudicial, o clube perseguirá o antes possível um julgamento imparcial e começará, em primeira instância, um procedimento no Tribunal de Arbitragem Esportivo”.

A decisão da UEFA causou todos os tipos de reações entre os clubes europeus e na imprensa esportiva de todo o mundo. Mas o certo é que o clube inglês já tinha sido avisado (e punido) nos últimos anos e apesar de ter demorado, o castigo chegou.

Golpe aos ‘Clubes-Estado’

A punição ao Manchester City foi um duro golpe da UEFA aos conhecidos como ‘Clubes-Estado’.

Um apelido dado especialmente ao clube inglês, financiado pelos Emirados Árabes Unidos através do Holding City Football Group, e o PSG, patrocinado pelo governo do Qatar, através da Qatar Investments.

Desde que os dois países entraram na indústria do futebol, a aparição de sheiks bilionários inflacionou o mercado e irritou os grandes e tradicionais clubes da Europa. O conflito estava armado.

Os grandes clubes sentem a sua hegemonia ameaçada pelo que consideram uma concorrência desleal, algo que acabou retificado pela UEFA. Um dos dirigentes que opinaram sobre o assunto foi o presidente da LaLiga, Javier Tebas.

“Para mim, a sanção inclusive poderia ter chegado antes. Já era hora que houvesse uma intervenção contra essa ameaça”, afirmou, contundente.