Festa dos jogadores do Barcelona em pleno estádio Santiago Bernabéu, em Madri. Foto: Manu Fernandez AP/AE

Mourinho é previsível. Qualquer um sabia que o terceiro combate entre o FC Barcelona e o Real Madri seria uma cópia dos anteriores. Ou seja, o português iria colocar outra vez uma muralha defensiva para ralentizar o jogo do Barça e o resto tentaria conseguir fora de campo, com suas típicas provocações. Algo como desestabilizar o adversário. Perdeu dos dois jeitos. Na bola, foi engulido pelo jogo dos ´baixinhos´ do clube catalão. Já diante das câmeras ficou marcado como um histérico, um chorão que não sabe perder.

O Barcelona sempre deixou as coisas claras. “Vamos ao Bernabéu sendo fiel ao nosso estilo, buscando sempre a posse de bola e o gol adversário”, afirmou Guardiola. Assim, sem mistério, com as cartas sobre a mesa. Previsível como Mourinho, mas diferente. Mesmo com a defesa toda desfigurada, com a ausência de Iniesta e com alguns jogadores atuando no limite, a beleza do futebol do Barça prevaleceu. O clube catalão venceu por 2 a 0 com dois gols de Messi e contou com nada menos que 71% de posse de bola durante a partida.

Nos dois jogos anteriores, Mourinho achou ter encontrado o antídoto para o Barcelona. Jogou com sete defesas tanto no clássico da Liga Espanhola como na final da Copa do Rei. Empatou pelo espanhol e ganhou a decisão. Uma fórmula medíocre de anti-jogo onde marcar um gol parece não fazer parte do plano. Se vier, melhor. Mas agora pela Champions League, que é o que

Messi foi o grande nome do jogo com dois gols. É o artilheiro da Champions League, com 11. Foto: Manu Fernandez AP/AE

vale de verdade, seu estilo sucumbiu diante de todo o planeta.

Durante os primeiro 45 minutos a estratégia funcionou. O Barcelona criou poucas ocasiões. No segundo tempo, os deuses da bola resolveram dar um basta na situação. Primeiro, foi expulso Pepe, um jogador que para Mourinho é uma peça-chave no esquema do clube merengue, mas que na realidade só sabe repartir pontapés. Depois, delegaram a Messi a função de revelar a essência desse esporte.

O craque argentino é a representação pura de tudo o que há de divino no futebol e são nesses momentos grandiosos que ele faz questão de mostrar que é diferente. Marcou o primeiro gol  típico de um centroavante, entrando velozmente para definir usando o fator surpresa. Já o segundo, digno de um gênio, driblando meio time e tocando com muita sutileza na saída de Casillas. Otra noite de Messi para a história e que deixa o Barcelona com um pé e meio na grande final de Wembley, do próximo dia 28 de maio, em Londres.

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