O técnico Felipão aprovou as manifestações por todo o Brasil. Mas destacou:

A Seleção Brasileira é uma das ´instituições´ mais representativas do povo brasileiro. Talvez por isso tenha sido utilizada políticamente em muitas ocasiões ao longo da história do país. Agora, numa época em que os brasileiros, cansados de tudo, saem às ruas para protestar contra a corrupção, a criminalidade, entre diversas outras coisas, o povo quer saber o que os jogadores e o técnico Felipão pensam sobre o assunto.

Ao que parece, a CBF – um dos órgãos mais corruptos já criados nesse país – deu instruções para que os atletas da Seleção tentem driblar da melhor maneira as ´incômodas´ perguntas feitas pelos jornalistas sobre as manifestações que ocorrem por todo o Brasil. Na última terça-feira, o lateral Marcelo do Real Madri foi o primeiro a ser questionado sobre o tema.

Sem saber o que dizer, deu uma olhada para o assessor da CBF, Rodrigo Paiva, como quem diz: “Me salva dessa, o que eu digo?”. Na falta de auxílio, deu uma resposta tão sem conteúdo que não merece nem comentários. Entretanto, nas coletivas de hoje, três personagens não fugiram da responsabilidade de, como brasileiro, dar alguma resposta decente sobre o assunto.

Um deles foi o zagueirão David Luiz, do Chelsea. “Acho legítimo. As pessoas têm o direito de protestar, de pedir o melhor para ele, de maneira pacífica, como é próprio de uma democracia. Nós aqui fazemos nosso trabalho, mas está claro que também temos coração”, declarou. O atacante Hulk também deu

Hulk foi mais direto:

o seu apoio. “É com as manifestações que o povo tem como mostrar onde estão os erros e ver como pode melhorar”, disse.

O técnico Luiz Felipe Scolari também quebrou o silêncio sobre o assunto. “É comum, é normal esse tipo de manifestação numa democracia. Tomara que continuem de forma pacífica. É isso o que queremos”, afirmou. “O que podemos fazer é representar cada vez melhor o Brasil dentro de campo. Esse é o nosso trabalho e buscamos fazer isso cada vez melhor. Nas outras áreas não temos interferência nenhuma”, completou.

A verdade é que os jogadores do Brasil poderiam sim fazer algo mais.  Afinal, são todos brasileiros e muitos deles vieram de lugares simples, cujos antigos vizinhos e amigos também se sentem afetados com a atual situação do país. Se a Seleção é do povo, não existe momento mais adequado para demonstrar isso. Mesmo que a CBF imponha alguma restrição neste sentido.